De acordo com as noticias veiculadas no sitio do Jornal Diário de Notícias de Portugal, os ciberataques de ontem, começaram na Ucrânia, como um ataque "sem precedentes", mas rapidamente se estendeu ao resto do mundo e empresas da Rússia, Reino Unido, Espanha, Dinamarca França e dos Estados Unidos, que reportaram no dia 27 de junho, problemas informáticos provocados por um vírus ainda desconhecido.
Especialistas dizem que se trata de um novo tipo ataque do gênero do WannaCry, que esteve na origem de um ciberataque em larga escala desencadeado no mês passado, e, que aqui em nosso país, acabou atingindo inclusive o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
A empresa de segurança informática Kaspersky, no entanto, diz que uma investigação preliminar aponta para que o vírus não seja o Petya, nem uma nova versão do WannaCry, mas sim algo "nunca antes visto". O que por certo seria muito mais complicado e perigoso.
Várias instituições da Ucrânia foram atingidas por uma onda de ciberataques, incluindo bancos, o distribuidor de energia estatal e o principal aeroporto de Kiev, provocando eventuais atrasos nos voos com chegada e partida da capital ucraniana, informou o Banco Central ucraniano.
Até o sistema de monitorização de radiação da central nuclear de Chernobyl também foi afetado, disse uma porta-voz à AFP, mas uma agência noticiosa ucraniana, de acordo com o Telegraph, diz que todos os sistemas já estão a funcionar normalmente.
O vice-primeiro-ministro ucraniano Pavlo Rozenko informou também que a rede informática do governo está em baixo, tendo colocado no Twitter uma imagem de um ecrã de um computador que mostra uma mensagem de erro.
Na Rússia, a petrolífera Rosneft informou também que um ciberataque atingiu os servidores da empresa. À Reuters, a empresa de segurança Group-IB, com sede em Moscovo, explicou que o ataque parecia ser coordenado e visar sobretudo computadores na Rússia e Ucrânia.
Entretanto, já durante a tarde de terça-feira, outras empresas fora da Ucrânia e Rússia assumiram estar sendo atingidas por uma onda de ciberataques, remetendo para um cenário semelhante ao que aconteceu em maio, quando empresas e organizações de cerca de 150 países foram alvo de um vírus que impedia o acesso aos ficheiros nos computadores, exigindo em troca um pagamento para resolver o problema.
A Maersk, que opera nos setores dos transportes e energia e tem sede em Copenhagen, confirmou que o sistema informático da empresa foi afetado por um ciberataque que provocou falhas em várias regiões. "Podemos confirmar que as falhas são causadas por um ciberataque", disse uma porta-voz da empresa, citada pela agência Reuters.
A britânica WPP, a maior agência de publicidade do mundo, também confirmou à Reuters ter sofrido um ciberataque, sem acrescentar detalhes, assim como o grupo industrial francês Saint-Gobain. Nos Estados Unidos, o ataque afetou a farmacêutica Merck, que é uma antiga filial da Merck alemã, segundo a AFP.
À BBC, Alan Woodward, perito informático da Universidade de Surrey, disse que o vírus que está a afetar computadores parece ser "uma variante" do ransomware que emergiu no ano passado - assim chamado porque "sequestra" os ficheiros no computador e pede resgate, muitas vezes exigindo pagamento em bitcoins. "Foi atualizado no início de 2017 pelos criminosos, quando certos aspectos foram controlados. O ransomware chamava-se Petya e a versão atualizada chama-se Petrwap".
Estes ciberataques, de certa forma nos levam a refletir a respeito dos aspectos de segurança e proteção de dados e informações, na medida em que os dados são sequestrados pelo cibercriminosos, que pedem que os resgates seja objeto de pagamento através de biticoins.
O mundo real está intimamente ligado ao mundo virtual, na medida em que hospitais, tribunais, instituições financeiras, empresas grandes, médias e pequenas, escritórios de advocacia, órgãos governamentais e tantos outros segmentos da sociedade, correm sério e grave risco de ter suas informações aprisionadas por criminosos que transformam a rede mundial de computadores em seus meios de vida e de sobrevivência.
A vulnerabilidade no ambiente virtual revela que cada vez mais latente e a necessidade de cuidados na proteção de dados e informações tornou-se um preocupação constante e interminável.
A tecnologia, já disse por várias vezes, nos trás uma série de benefícios, não tenho dúvidas disto, todavia, quanto mais dela nos utilizamos, maiores são os riscos.
O sequestro de dados para obtenção de biticoins como forma de pagamento de resgates, o furto de informações privilegiadas para uso próprio ou para beneficiar terceiros e tantas outras modalidades de crimes e ilícitos praticados no ambiente virtual, demandam não há duvida uma série cuidados, notadamente nas formas de proteção.
A modernidade tem sua utilidade, entretanto os riscos e malefícios não podem ser desprezados na medida em que, muitos prejuízos poderão ser causados.
Em suma a sociedade, a cada novo dia, se encontra mais vulnerável diante dos atos criminosos que são e que poderão ser praticados no ambiente virtual.
Gilberto Marques Bruno
Advogado
Sócio fundador de Marques Bruno Advogados Associados
Especialista em Direito Empresarial, Direito Tributário, Direito Público e Direito sobre Internet e outras Tecnologias
Conselheiro da Primeira Turma do Conselho de Direitos e Prerrogativas da Secional Paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (triênio 2016/2018)
Membro Efetivo da Comissão de Direito das Telecomunicações da Seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (2016/2018)
Membro Efetivo da Comissão de Direito Digital e Compliance da Seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (2016/2018)
Membro Efetivo da Comissão de Direito Civil da Seção de Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (2016/2018)
Membro Efetivo da Coordenadoria de Ação Social da Seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (2016/2018)
Membro Efetivo da Comissão da Advocacia para o Século XXI da Seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (2016/2018)
Coordenador de Relações Institucionais das Associações Comerciais da Comissão do Acadêmico de Direito da Seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (2016/2018)
Palestrante do Departamento de Cultura e Eventos da Seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (2016/2018)
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